sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Dor

Dor.
Dor.
E mais uma vez, dor.
O coração se amassou e não foi culpa sua. Não teve culpado, não teve um erro, só teve nós.
Amor.
Amor.
E mais uma vez, dor.
Nascemos na primavera e agora vivemos o outono, em pleno verão. Nossas flores estão no chão, nos transformamos em galhos secos e isso é tão triste.
Dor.
Você e sua boca grande, me faziam feliz, eu gostava do seu nariz maior que o de todos, eu gostava dos seus olhos brilhando ao olhar nos meus, eu gostava de nossas mãos entrelaçadas, do gosto de cigarro da sua boca. Era diferente de tudo, você foi a minha primeira descoberta verdadeira. Você foi... E é tão massacrante pensar em você indo.
Suas pernas, sua barriga, sua bunda. Sua voz grossa, seu beijo e nosso sexo. Sua coragem e sua força. Você veio. Veio com tudo. Você não pode ir.
Dor.
Dor.
Dor, amor, agora é tudo dor.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Meu amor, você

O amor sangra. Sangue das veias pro chão, da dor de uma penetração. O amor sangra quando acaba, quando algo sai fora do contexto.
Vermelho, a cor do amor. Coração, simbologia do amor; Mas ele pra mim é diferente, o amor... Bem, ele em outras palavras, se resumiria em você.
Minhas unhas estão cravadas nas suas costas, sei que você não gosta, mas eu preciso dessa vez me deixar em você, preciso te fazer lembrar que pertence a mim.
Alma livre, não consigo te segurar por muito tempo nas mãos, isso é perturbador, mas confesso, que também sedutor. Nossas bocas de encontro quando as luzes estão apagadas trazem o calor do sol para os nossos corpos. Veludo com veludo, querido.
O amor... Ah, o amor.
Acelere agora, não, espere, vamos bater. Bang! Uma batida, não se mova, seus olhos ficam lindos quando inchados assim, você até que fica bem quando está todo ferrado. O amor. Quem é o amor? Quando ele apareceu? O amor?
Pétalas no chão. Velas.Vinho. Jantar. Mais velas. Mais flores. Pra quê? Por quê? O amor não é business. Amor é só amor. É dor e calor.
Amor é o escuro, nunca notou que ficamos cegos quando amamos? É perigoso, sim, perigoso. O amor é perigoso porque é fundo e ninguém, quer dizer nós, não fomos preparados para estar no raso. Uma vida razoável, uma vida sem amor.
Cigarro. A fumaça no pulmão, um câncer, tosse que não sessa. Isso é amor, só é amor quando sabemos do perigo e ainda assim nos atiramos, só é amor quando o perigo está em quem amamos, e ainda assim, não ligamos.
Me dirija hoje a noite, querido. Você quer que eu fique como? Meia-luz ou total no escuro? Ah, luzes acesas? Como eu poderia esquecer, você gosta de olha pro meu corpo, gosta de olhar para como eu me movimento quando estamos dentro um do outro.
Oh... Amor.
Não vá embora. Não voe das minhas mãos, agora eu não falo do sentimento e sim sobre você, não se vá, é triste quando você desliga a ligação, imagina nunca mais me ligar? Não se mova, porque me disseram que o seu lugar é do meu lado, faz parte do roteiro que eu escrevi ter você, como a atração principal do meu show.
Couro e jeans, a gente veste tudo isso e se torna as estrelas do nosso mundo hoje a noite, sem ter medo de descer as ladeiras escuras da vida.
Então não reclame, minhas unhas estão cravadas em você e eu grito bem alto seu nome, quero que todos saibam, que você é personificação do amor para mim: Impuro, honesto, forte. Nosso amor está tingido de vermelho.
Diamantes podem até ser falsos, mas nós, nós nunca.
Amor, dias sim e dias sempre.
Amor, pode ser até dor, mas é você.
Dor de amor, amor feito de dor, quem se importa? O amor cura; Cura até o que machuca.
Amor pra lá e amor de cá.
Amor o melhor assunto para todos escritores, porém eu tenho um diferencial, o meu amor é você.
Amor, seu.
Meu amor, você.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Emergência.

Caía da pia para o chão. Pingava e não sessava.
Mãos cálidas, não consigo mais tocar no céu e ser feliz.
Pés cansados, não consigo me sustentar e agora estou jogado em qualquer lugar escuro da sua vida.
Caía da pia e não sessava. Caía do céu e não parava. Caía e nunca era o suficiente, queria cada vez mais estar lá em baixo.
Um grama, dois e as vezes cinco. Sem limites, sem regras.
Bang-Boom!
Explodindo rebentações, se joga aos ventos sem ter medo de sumir, talvez queira isso, sumir. Esvair de todos. Esquecer de todos.
Cria-se um monstro quando os impede de sonhar, vocês sabiam? Eu o monstro da nova geração, deixei minha coroa em casa por cansar de participar de uma realeza suja. O dinheiro nunca foi grande coisa na minha vida, o amor sim que caía da pia e não sessava, que caía do céu e não parava era grande. 
Amor que tem quatro letras, mas é maior que os sete mares. O amor sim é bem melhor que tudo, mas também pior. Ele que me deixou assim, louco e transtornado com tudo, não falo apenas o amor que nos leva a casar, mas o amor entre amigos e família, o amor estraga, o amor desgasta, o amor nos mata mais, bem mais, do que nos faz reviver.
Um cigarro na boca e a fumaça que não sessa.
Olhos secos, cinco gramas não é o bastante para quem quer se perder no escuro todas as noites, liberte o monstro, não o prenda, ele pode ser letal.
Discos arranhados são a melhor melodia para quem quer se jogar no vento e se deixar ir, toque alguma coisa, mas não toque nas estrelas, elas nos enganam, elas nos iludem.
Perdido num mundo, na verdade que nunca se encontrou nele, pode falar pra mim, eu entendo sua dor, quer dizer eu imagino a dor de todos, porque eu tenho tanta dor nessas minhas veias e alma, que talvez ninguém imagine.
O palco que não sessa. Recite algum drama, que a gente faz piada. Cante alguma música, que eu faço graça.
Balance os cachos, corte os lisos. Seja do avesso.
Vivemos, mas queremos morrer. E assim os seres humanos me enjaulam mais uma vez em mim mesmo, somos a maior prisão, não temos cadeados, mas temos pais e mães, temos péssimos amigos e pessoas ruins. Não temos grades, mas temos um mundo inteiro contra, é triste, mas é real. Solte o seu monstro, não se controle.
Cinco gramas ou mais, injete, inale, engula ou prenda até não aguentar mais em sua garganta. 
Seja livre por você.
Psicológico e físico estão estragados.
Diamantes falsos, asas cortadas. O azul me faz chorar, por saber que nunca serei tão belo quanto ele.
Sexo sem amor. Amor sem sexo.
O mundo é cheio de lugares ruins, mas as vezes o pior lugar de se estar é em si mesmo.
Loiro ou moreno, a gente nunca se ama.
Eu não me amo e você?
Quatro gramas, eu não sei se aguento mais outras quatro.
Meu coração parece que pode parar qualquer momento, talvez eu não queira isso do jeito que eu digo querer.
Ligue pra emergência, um suicida acaba de lhes escrever um texto.
Ligue pro céu, talvez um alma esteja chegando em poucos minutos para ser julgada, ou já estamos todos sendo julgados?
Eu queimei a bíblia ontem a noite, isso é pecado? Ou seria pecado abominar o amor? Não sei.
Acordes. Notas altas. Solte o seu mais potente agudo.
Quero mais quatro gramas, dessa vez direto na alma.
Inale o que é bom da vida. Exclua o que é ruim.
O amor é bom, mas pode ser melhor. O amor é triste para mim, porque não sei amar. Não sei nada, na verdade.
Sim, por favor, você poderia me dar mais quatro gramas?
É o meu fim? Se for, me dê mais um pouquinho daquela mercadoria especial.
Crie o seu mundo, viva os seus sonhos. Ser jovem é único, não estrague nada.
Ligue para emergência, mais um monstro que não soube viver fora de si está a caminho.
Eu sou o monstro que quando livre não voltará, mamãe. Carcere privado é tão exaustivo, ainda mais quando a cela somos nós mesmos. Sonhos acorrentados é a pior arma contra o ser humano e aqui vou eu. 911 ou 192, não hesite ao escolher, qualquer emergência é valida, qualquer opção é certa, então faça a sua.
Nine-one-one, aí vou eu. 

sábado, 4 de janeiro de 2014

Eu: Decepção

Sonhos no chão.
Meus olhos sangram e minha hemorragia não é estancada.
Pés que corriam agora estão quietos, para onde ir agora, quando os caminhos sonhados em ser percorridos são destruídos? Sem pavimentos, pisamos em pedras pontiagudas e nos machucamos, sonhos quebrados são o fim da linha pra qualquer um.
Um amor, uma vida, uma esperança, tudo pode ser jogado ao vento quando o único problema é você, e ser o problema, tem sido cansativo.
Viver no escuro para sempre, pegar as sobras de um mundo cheio de pessoas felizes, ir pro lado oposto, o errado.
A batida na minha cabeça aumenta e estou enlouquecendo. Elas aumentam com o passar do tempo, é assim pra todos os fracassados?
Mamãe eu queria ser o seu orgulho, mas deixei isso para uma próxima.
Meu corpo agora é como uma arma, eu explodo ao som das minhas batidas, explodo de forma metafórica, sem coragem de fazer nenhum mal contra mim, explodo e deixo toda alma sair, olhar vazio e boca sem emoção se tornam presentes em mim, mais uma vez. Decepcionar-se é pior do que ser decepcionado, porque pode ser para sempre.
Raiva. Ódio.
Agora nenhum amor é capaz de curar, nada é capaz de curar as feridas que nós abrimos aos dentes e unhas em nós mesmos, ninguém nos tira da nossa própria cova cavada por nós mesmos. A adolescência foi embora, querido, agora quem lhe escreve é um novo adulto que já começa a vida fracassando mais uma vez em seus sonhos.
Permanecer no que te faz mal, se esconder e desacreditar. Muitos dizem que a esperança não morre, porém ela suicida-se.
Olhos que não se pregam. Alma que não se aquieta.
Eu poderia ter sido diferente, talvez se eu não quisesse ser selvagem demais, não fosse tão bom demais e aceitar todas as coordenadas erradas, eu poderia estar onde eu quero, eu sei que a culpa não é de ninguém e isso é o que mais me enlouquece.
A realeza perdida, eu sou agora um anjo sem asas, vagando no seu pesadelo, assombrando a própria vida.
Queria não decepcionar. Queria não decepcionar. Queria não decepcionar. 
Repito o mantra que abre feridas em mim sem sessar.
Medo do rumo que as coisas vão tomar. Medo.
Não vá embora.
Não me deixe ir embora, eu sou perigoso demais pra ficar triste do jeito que estou.
Eu sou autodestrutivo demais pra permanecer no escuro, isso é um alerta.
Sonhos no chão.
Alma pelo ralo.
Olhos sangrando e não enxergando uma luz no fim do túnel.
Um ano. Duas vidas. Várias pessoas.
Um erro.
Eu.